O QUE VOCÊ NÃO DEVE ACEITAR

Existem opiniões sobre o fenômeno da violência doméstica e familiar que desqualificam e responsabilizam às mulheres sobre a violência. Estas opiniões não analisam os valores culturais de uma sociedade que historicamente tratou as mulheres como o segundo sexo, seres inferiores e subordinadas aos homens. Espera-se da mulher que seja obediente, boa esposa, boa mãe, compreensiva, abnegada e que sempre abra mão de projetos profissionais e realizações de outra ordem em nome de suas atribuições de mãe e esposa.

Esses valores perseguem as mulheres em situação de violência, além do medo que sentem por causa das ameaças que sofrem dos agressores: namorados/maridos/companheiros e ex-companheiros que, educados na cultura da superioridade sobre as mulheres consideram que podem desrespeitar as mulheres, comportando-se como chefes, proprietários das mulheres e violentadores.

Em geral, a sociedade, a família e as pessoas não avaliam a dor, a vergonha e a humilhação que sentem as mulheres, que muitas vezes, escondem a violência para não se expor. A igualdade formal garantida constitucionalmente ainda não está firmada nas relações afetivas e cotidianas entre homens e mulheres, em muitos lares brasileiros e nas relações sociais de forma geral. É nessas relações de intolerância e desrespeito dos homens com as mulheres que se alicerça a violência de gênero.

As mulheres merecem uma vida sem violência e devem ser tratadas com respeito e dignidade. Por isso, qualquer forma de discriminação e agressão deve ser denunciada. Muitas vezes, a violência contra a mulher começa com atos de desrespeito, como proibição do uso de roupas, controle sobre os horários e amizades, invasão de privacidade de celulares e emails, chantagens emocionais, desqualificação das competências da mulher evoluindo para humilhação, agressão física, retenção de documentos e dinheiro e até o assassinato.

A violência contra a mulher é crime. Procure ajuda!